Eugenia Melo e Castro

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

19.01.2011 - Vinte nove anos sem Elis

Por Elis

A estranha coreografia dos braços
cortava o espaço
no tempo forte da bateria.
A voz, esganiçada ou cristalina,
obedecia a emoção de um comando divino.
O vibrato, sob controle,
parecia afirmar no seu virtuosismo:
- “Eu sei cantar!”

Ela sabia cantar e cantava.
Sabia viver e vivia.
O João Marcelo,
o Pedro, a Maria Rita.
A feira, a banca de frutas,
o peixe, as laranjas, a harmonia.

Na defensiva agredia,
escondendo sua fragilidade
e na seqüência, atrás da porta,
carinhosa capitulação,
a gargalhada debochada
sinalizava total submissão.

Era Elis,
A que se descobriu estrela.

Nenhum comentário: