Eugenia Melo e Castro

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Imagine

Imagine John
se não fosse aquele cara...

Qual será que seria
seu recado...
E quem seu recado ouviria?

Setenta anos.

Velho, é certo.
Mas um velhinho prodígio,
como Paul, seu colega de banda,
que continua por aí: Let it be...

Imagine John
se não fosse aquele cara...

Hoje você na web...
Que ainda não existia...

Quantos seguidores teria?

E o que diria?

Creio eu,
os mesmos versos
jamais esquecidos:

“Imagine all the people
living life in peace”

Imagine John
Se não fosse aquele cara...

Pode ser um sonho sonhado
por milhões, como você sonhava.
Apesar do sonho acabado.


Solano Ribeiro / 8/12/2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Rio

Ah...ver o Rio de Janeiro,
de março a fevereiro.
Ver do Rio de Janeiro
o Pão de Açúcar de cada dia,
a barca de cada hora,
a Guanabara...a ponte...
Aérea ponte dos negócios
onde partem e repartem
o Galeão e Santos Dumont.

Ah...ver o Rio de Janeiro,
que o mundo inteiro sonha ver,
lindo, sambando, rindo,
cantando a garota que passa...

Copacabana,
onde os pretos são gatos
as gatas mulatas,
e a crioula na calçada
rebola suada, insaciada.

E o barquinho vai...
pela lagoa do Cristo,
enquanto a puta copula,
misturando línguas
trocando vírus à beira mar.

Ah...ver o Rio de Janeiro
da barra, do morro, do aterro,
da vela do atropelado,
do samba, da moça pelada
no alto da alegoria,
Alegria!...Alegria!

sábado, 20 de novembro de 2010

De mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista
da janela
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes, a vida presente.

Carlos Drumond de Andrade

domingo, 14 de novembro de 2010

Vencedores do CataVento 2010

Os melhores da Nova Música do Brasil

Revelação masculina: Jorge Ailton
Revelação feminina: Karina Buhr
CD Instrumental: “Caleidoscópio” – Henrique Band
Destaque do ano: “Folia de Santo” – Alessandra Leão
Pop: Luisa Mandou Um Beijo
Samba: Graça Braga
Rock: Banda Sabonetes
CD infantil: O Pequeno Cidadão
Melhor cantora: Verônica Ferriani
Melhor cantor: Túlio Borges
Melhor CD: “Rugas na pele do samba” – Fernando Salem
Música do Ano: “A invenção de Dondô” – Rafa Barreto

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Troféu CataVento 2010

Indicações ao CataVento 2010
OS MELHORES DA PRODUÇÃO INDEPENDENTE

Wado concorre na categoria Pop - Maceio
Melhor cantora - Veronica Ferriani - São Paulo
" - Bruna Caran
" - Céu
Melhor vocal – O sexteto carioca à capella BR6
Melhor banda de rock – Porcas Borboletas - Uberlândia
“ - Banda Sabonetes - Curitiba
Instrumental – Henrique Band - Rio de Janeiro
“ - Alexandre Gismonti trio - Rio de Janeiro
Revelação masculina - Jorge Ailton - Rio de Janeiro
Revelação de cantora - Tiê
“ - Polayne
“ - Karina Buhr
Melhor cantor - Túlio Borges - Brasília
“ - Renato Godá - São Paulo
“ - Thiago Petit
Melhor compositor - Rafa Barreto
“ - Ronei Giah
Destaque do ano - Filipe Mukenga - Luanda
" - Alexandra Leão - Pernambuco
CD Infantil - Pato Fú - Minas Gerais
“ - O Pequeno Cidadão - São Paulo


DOMINGO 14 hs.
RÁDIO CULTURA BRASIL 1.200 Khz AM
ou
www.culturabrasil.com.br

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Os 60 da televisão e a MPB

Sinal dos tempos: Em recentes debates promovidos pelo jornal O Estado de São Paulo pela passagem dos 60 anos da televisão no Brasil foram escolhidos como temas: jornalismo, humor e novelas. A música popular não teve vez. Justamente aquela que com os grandes festivais na década de 60, além de revelar nova geração de compositores, cantores e músicos, mudou o panorama da música e da televisão. Suas apresentações atraiam mais interesse e audiência que o futebol. A final do Festival da TV Record de 1967 atingiu inacreditáveis 97% de Ibope. Fizeram parte da própria história de período importante na formação da atual conjuntura política do país. A música popular, principalmente a que veio ser chamada MPB, teve participação ativa, tanto nos momentos em que a ditadura militar fez presente sua força, com impiedosa perseguição ao pensamento libertário, quanto na luta contra sistemática e brutal censura imposta aos meios culturais e de comunicação. Foi através da música popular e por meio de seus artistas que toda uma geração encontrou tênue, porém, viva e marcante válvula de escape para dar vazão às suas insatisfações e anseios por liberdade.

O Festival de San Remo é realizado desde 1951, mesmo antes da chegada da televisão na Itália, o que aconteceu em 1955. No Chile o Festival Internacional da Canção de Viña del Mar, considerado o mais importante da América Latina é organizado em todo mês de fevereiro desde 1959. No Brasil o ciclo dos grandes festivais que eram transmitidos pela televisão terminou em 1972 com o VII FIC.

Os festivais foram interrompidos por razões políticas. Algumas tentativas esporádicas aconteceram, mas sem a continuidade que transforma um festival de música num processo dinâmico. As criações apresentadas no último servirão sempre como referência ao seguinte, numa constante transformação de estilos, ritmos e tendências de artistas que fazem do festival ponto de partida, cuja chegada trará sempre surpresas para quem o acompanha. A falta dos festivais e de uma música de qualidade no rádio e na televisão fez com que os espaços fossem ocupados pelo marketing da indústria da música que impôs modismos de qualidade duvidosa tendo como única finalidade fazer dinheiro. O que se viu foi total desprezo por coerência ou vínculo com valores culturais que tanto motivaram público e mídia em tempos recentes. Basta fazer um passeio pelo dial das FMs de qualquer localidade para se ter a impressão de estar em outro país. Hoje a música brasileira faz mais sucesso no exterior do que na sua origem.

Mas, chega de saudade. A fila tem que andar. Por outro lado e para quem sabe, nunca na história deste país existiu quantidade igual de músicos, cantores, compositores e grupos que, sem necessidade de grandes investimentos, estão preparados para ocupar os espaços que lhes pertencem por direito. Os meios mudaram, assim como a maneira de fazer música. A produção independente cresce. Com a informática e suas possibilidades infinitas, somadas ao Facebook, YouTube, MySpace, MP3, Ipod ou não pod, veio a liberdade de criação e plataformas de divulgação que modificaram a relação musica / público. Isso precisa ser revelado. E a maneira ainda mais eficiente seria pela televisão. Mas, não é hora de realizar um festival de música popular. Antes será necessário criar ambiente musical, o que não é difícil. A Nova Música do Brasil, se descoberta pela televisão, tem potencial para desencadear movimento musical que poderá ocupar espaço igual ao da Bossa Nova ou até mesmo dos Festivais com uma música que vai de encontro às raízes culturais de imensa platéia e mídia, ávidas a prestigiar com seu aplauso e espaço iniciativas coerentes com o momento por que passa o país e o planeta. Quem viver ouvirá!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Um dos bilhetes do kaos

E os artistas? Ah, estes, num futuro remoto
comandarão tudo. Serão (o que já são) os
mandarins, com toda a plenitude e força que
a técnica colocará em suas mãos. No fim, só
os artistas mandarão. É que a Humanidade
andará sedenta de fantasias, sonhos, mitos,
miragens, (que não são mentiras nem
alucinações, mas a representação poética
da vida do homem), de um novo sentido
religioso. E ai, os artistas serão os novos
sacerdotes. Apertando os botões das
grandes máquinas, o mundo inteiro viverá
na grande tragédia que todos escreverão.
Porque todos serão artistas.
Jorge Mautner

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pra não dizer que não falei da noite de 67

O diretor francês Jean-Luc Godard chegou a declarar que documentário é a verdade em 24 quadros por segundo. Grande mentira. Por mais verdadeira que seja a captação, as imagens passarão pelas mãos do montador, este sim, autor da “verdade” exibida. Quem conhece os segredos da edição sabe que uma cena ou seqüência pode ser manipulada para o bem ou para o mal com simples inversão de uma frase ou supressão na edição final da pergunta que motivou a resposta editada. O documentário sobre aquela noite em 67 mostra o ponto culminante de um processo iniciado por mim anos antes com o objetivo de promover nova geração de compositores músicos e cantores que não encontravam espaço na mídia. Artistas que traziam propostas musicais e estéticas mais modernas, mais apropriadas a uma também nova platéia que encontrava naquela música eco mais coerente com sua cultura e anseios do que era servido pelo radio e televisão de então. Esse processo tinha a Bossa Nova como êmulo. O primeiro Festival Nacional da Música Popular Brasileira, de onde sai a sigla MPB, conseguiu abrir as portas da televisão para o elenco que teve Elis Regina com Arrastão de Edu Lobo e Vinícius de Moraes como catalisador. Não aproveitado pela TV Excelsior encontrou abrigo na Record. Contingências acidentais, como o incêndio que destruiu os estúdios, obrigaram a que toda programação fosse gravada “ao vivo” no Teatro Record Consolação. Foi oportunidade para exercitar o poder daquela música. Palco e platéia, cuja reação provou ser a música popular alternativa às novelas que já registravam grandes índices de audiência. Depois do Festival de 66 a programação musical da Record a colocou no primeiro lugar. Ainda no Festival de 1966, por sentir seu potencial, aconselhei Vandré que olhasse com carinho para a moda de viola. O resultado foi Disparada. No documentário Uma Noite em 67, minha participação se resume a frase que revela preocupação em fazer bom programa de televisão. O que era óbvio, mas, seu sentido fica distorcido se suprimido o contexto, não editado, que trazia a pergunta: “Naquele momento você sabia estar fazendo história?” Omissão que transforma e diminui a importância e até a própria razão daqueles eventos. O filme mostra o momento e o depois. Falta um antes, cujo teor, embora sido registrado nas quase 12 horas gravadas na minha casa, não foi utilizado na versão final. Falta o relato de meus papos com Caetano Veloso e Guilherme Araújo, então seu empresário, em prolongado jantar no então Deck da Av. 9 de Julho, sobre a necessidade da MPB deixar de lado sua temática campestre/praieira e olhar para as cidades e seus motivos urbanos, de acordo com o que acontecia naqueles tempos de “Lucy in the Sky with Diamonds” aos quais a “Alegria...” do Caetano, contrapôs “...sem lenço e sem documento” que pedia instrumentos elétricos. Das tardes onde Chico de Assis, Rogério Duptrat e eu tentávamos fazer com que os “The Six Sided Rockers”, em seguida Mutantes, tocassem moda de viola em suas guitarras. O caminho escolhido por Renato Terra e Ricardo Calil resultou num bom trabalho, mas para quem escreveu aquela história faltam algumas verdades.
Solano Ribeiro/ 2010

sábado, 10 de julho de 2010

Affonso Romano de Sant'Anna

"Uma coisa é um país,/ outra um ajuntamento.// Uma coisa é um país,/ outra um regimento.// Uma coisa é um país,/ outra o confinamento.// Mas já soube datas, guerras, estátuas/ usei caderno 'Avante'/ - e desfilei de tenis para o ditador./ Vinha de um 'berço esplêndido' para um 'futuro radioso'/ e éramos maiores em tudo/ - discursando rios e pretensão.// Uma coisa é um país,/ outra um fingimento.// Uma coisa é um país,/ outra um monumento.// Uma coisa é um país,/ outra o aviltamento."

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A Bola.

A Bola...

A bola é uma coisa redonda,

cheia de vento,
que pula... pula sem parar.
A bola serve pruma porção de coisas,
mas ela presta mesmo é pra jogar.
Tem gente que joga com os pés,
tem gente que joga com as mãos.
No futebol todo mundo dá chute nela.
Tem quem joga a bola num cesto,
que é furado, pois logo ela cai
pra ser jogada de novo.
E logo cair de novo.
Tem gente que bate na bola
com uma raquete.
Tem quem usa um taco.
A bola tem muitos tamanhos.
Tem uma que não é cheia de ar,
piquininiiiinha, é de vidro e não pula.
Eu, gosto mesmo é de chiclé de bola.
Já o vizinho quer a da minha irmã,
que é como Papai Noel,
eu nunca vi, mas sei que existe,
porque quando ele passa por ela
sempre fala baixinho: Gostosa...
quando é que você vai me dar bola?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Alô, alô all american boys...

A pretexto de combater armas de destruição em massa mas, de olho na grana da reconstrução em massa, além do sujo petróleo que continua a sujar o planeta, seus pais destruíram em massa, mataram em massa, não sem antes tentar convencer que agiam contra o mal em defesa do bem. ”Han... desculpem... tais armas não existiam. Mas podiam ter existido...”disseram. E suas armas armazenadas foram usadas, suas fábricas movimentadas e mais armas produzidas. Mais grana embolsada.

Seus papais, ao mesmo tempo em que declaram possuir cerca de 5 mil ogivas nucleares querem convencer a hoje tão celebrada opinião pública, a que vota, que o planeta corre perigo se outra bomba for construída. Eles não lembram que seus avós foram os únicos a usá-las contra cidades japonesas. Sem falar das ogivas que permitiram Israel fabricar. A mesma avalanche de propaganda que antecedeu a invasão do Iraque é acionada para preparar a tal opinião de ações que, mais uma vez, vão colocar as fábricas de armas em ação, afinal, a grana tem que circular. E se vocês pensam que vai prevalecer algum tipo de bom censo, que fazer guerras é coisa do passado, que armas não serão usadas contra outros que não os afegãos, onde já estão, por star... star and stripes forever, não se iludam, não teerão dúvidas. Por um punhado de dólares ao Irã, eles irão!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Prédios na Granja Viana???

Se o Alphaville da Granja já cometeu crime hediondo contra o meio ambiente com o absurdo desmatamento, que só aconteceu depois dos terrenos vendidos, num verdadeiro engodo para quem veio comprar a convivênvcia como o verde e leva de quebra o cogestinamento da Av. São Camilo, imagine o estrago que causarão os imensos conjuntos, que sem dúvida não serão menores do que o da Vila Sônia, ao lado do Shopping Raposo que, quando habitado, vai tornar ainda mais trágica a utilização da Raposo Tavares. Fora com os especuladores que já destruíram São Paulo. Que reste para eles o reino dos infernos. E cadeia para políticos corruptos. Propinautas contumases.

Prédios na Granja?? NAO!!!

Solano Ribeiro

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Solano Ribeiro e a Nova Música do Brasil

RÁDIO CULTURA BRASIL
AM - 1.200 Kz

O ESPAÇO DA PRODUÇÃO INDEPENDENTE

Domingo às 14 hs