Eugenia Melo e Castro

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Écos do Silêncio...

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
já não se escondem;

pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz,
e,conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.