Eugenia Melo e Castro

domingo, 4 de outubro de 2009

O Rio de Janeiro continua lindo...

Nunca jamais na história deste país essa frase foi tão coerente e apropriada. Todo mundo chorou. Eu chorei, tu choraste, ele chorou. E justificou. E cobrou. Com razão, o mundo seria melhor se presidentes chorassem. Obama pelo Afeganistão, Putin pela Geórgia, Sarkosy pela Carla e o Rafale, Cristina pela Argentina que não precisa chorar por mim. Aí, tem gente que resmunga; “vai ter muita mutreta”. A grana olímpica vai rolar do jeito que a gente já sabe: Ouro, prata e bronze para o bolso de muito empreiteiro. “Obras atrasadas!”. “Necessária revisão dos orçamentos!”. “O governo vai ter que bancar o atraso!” - “Copacabana princesinha do mar...” - Gente de todo o mundo vai ocupar as calçadas do Rio e a grana rolará solta. Que com chama olímpica acesa ou apagada rolaria sem a contrapartida de mostrar serviço. Alguma obra deverá que ser concluída. Fico pensando no Fernando Meireles. Em termos globais fez fama e fortuna por mostrar que a cidade de Deus é inabitável. - “Rio que mora no mar...” - E com seu talento e competência foi quem convenceu os gringos que na cidade do Cristo está o melhor povo do planeta para acolher as disputas de 2016. Depois das eleições de 2010, da Copa de 2014, mesmo ano de mais eleições que deverão trocar prefeitos, governadores, presidentes, vereadores, deputados estaduais, federais e senadores. Além de temas das escolas, que para aproveitar o embalo vão produzir enredos coerentes com os acontecimentos a acontecer. Até algum litro do petróleo do Pré-Sal deve aparecer em anúncios na televisão. Mas é isso aí. Aquí o lema olímpico não deverá sair sem um toque que retrata o espírito do momento neste país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza: Importante não é competir, importante é vencer! À qualquer preço. Afinal, quem paga a conta é você.

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