Por Elis
A estranha coreografia dos braços
cortava o espaço
no tempo forte da bateria.
A voz, esganiçada ou cristalina,
obedecia a emoção de um comando divino.
O vibrato, sob controle,
parecia afirmar no seu virtuosismo:
- “Eu sei cantar!”
Ela sabia cantar e cantava.
Sabia viver e vivia.
O João Marcelo,
o Pedro, a Maria Rita.
A feira, a banca de frutas,
o peixe, as laranjas, a harmonia.
Na defensiva agredia,
escondendo sua fragilidade
e na seqüência, atrás da porta,
carinhosa capitulação,
a gargalhada debochada
sinalizava total submissão.
Era Elis,
A que se descobriu estrela.
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